Os personagens são peças fundamentais em qualquer história: são eles que dão vida ao enredo. No artigo de hoje, você vai conhecer os principais tipos de personagem que povoam a escrita criativa. Acompanhe!
Toda história é feita por seus personagens
Como escritor, dominar os diferentes tipos de personagem é essencial para construir uma narrativa mais rica e envolvente. Afinal, é por meio deles que os leitores exploram os temas, os conflitos e as emoções em uma história.
Eles são os atores que conduzem a trama.
Os personagens podem variar tanto quanto a mente criativa do escritor permitir. Podem ser humanos, animais, objetos e até mesmo um conceito abstrato, dependendo do estilo e do gênero da obra.
No livro O homem duplicado, José Saramago usa o “senso comum” como um de seus personagens, por exemplo.
Além do papel que desempenham na história, cada personagem tem um nível de complexidade, de acordo com o desenvolvimento que o autor dá a cada um deles na história.
A seguir, você confere os principais tipos de personagens, acompanhados de exemplos para ilustrar cada um deles.
- Protagonista
O protagonista é o personagem principal em torno do qual a história acontece. É a figura central da trama e o conflito gira em torno dele. Os desafios são enfrentados por ele e, em geral, passa por uma transformação até o fim da narrativa.
Os protagonistas podem ir de mocinhos a vilões. A questão central é que suas motivações e falhas os tornam humanos e interessantes, ou seja, nos conectamos com eles.
Um exemplo de protagonista que marcou toda uma geração é o bruxo Harry Potter, um jovem destinado a lutar contra o Lorde das Trevas, Voldemort.
- Antagonista
Se o personagem principal é aquele cuja jornada acompanhamos ao longo de toda a trama, por outro lado, o antagonista é aquele que dá um tempero à história.
Isso porque o personagem antagonista é aquele que se opõe ao protagonista, criando conflitos e obstáculos que o protagonista deve superar.
Aqui, também é possível assumir várias formas, de seres humanos a sobrenaturais. Um exemplo de antagonista icônico – que inclusive tem uma legião de fãs – é Darth Vader, de Star Wars.
- Personagens secundários
Os personagens secundários desempenham papéis menores na história. Apesar de serem importantes para o desenrolar do enredo, não são o foco principal da história.
A depender da profundidade da narrativa, eles podem ter subtramas próprias, mas, em geral, são aqueles que desempenham funções de apoio ao longo da história.
Eles podem ser aliados, amigos, mentores, pares românticos, entre outros papéis. Um exemplo clássico de amigo e aliado é o Robin, parceiro do Batman: apesar de ser uma peça fundamental na história, sabemos que a trama não gira em torno dele.
- Personagens arquetípicos
Personagens arquetípicos são aqueles que representam padrões universalmente reconhecidos, muitas vezes derivados da mitologia, do folclore ou da psicologia junguiana.
Eles são símbolos poderosos que podem ajudar a transmitir temas e mensagens específicas na história. Alguns exemplos de arquétipos são: o herói, o sábio e o louco.
Um personagem sábio que você com certeza conhece é Sherlock Holmes, o detetive mais famoso do mundo (ou esse seria Monsieur Hercule Poirot, de Agatha Christie? 😉).
Se você se interessou pelos arquétipos e deseja saber mais sobre o tema, recomendamos a leitura deste artigo.
- Personagem narrador
O personagem narrador é aquele que narra a história. Ele conta os fatos em primeira pessoa do singular, pois ele está participando dos acontecimentos narrados na história.
Esse narrador mostra seu ponto de vista e revela suas emoções sobre o que está acontecendo – podendo ser o protagonista ou não. Em geral, é um estilo de narração que gera maior conexão com o leitor.
Um exemplo inusitado de personagem narrador é a Morte, que narra a história de A menina que roubava livros, de Markus Zusak.
Neste artigo, você aprende tudo sobre os tipos de narrador.
- Personagens planos
Personagens planos tendem a ser mais superficiais e unidimensionais em sua caracterização, com menos profundidade psicológica.
Eles são definidos por um conjunto limitado de características e não passam por um desenvolvimento significativo ao longo da história, mantendo um nível de complexidade básica. Suas ações são previsíveis e sem nuances.
Um exemplo de personagem plano é o Capitão Gancho, em Peter Pan. Ele é um vilão clássico, motivado por sua sede de vingança, mas nenhum outro objetivo ou motivação além desta é explorada ao longo da história – sua função principal é ser o antagonista do herói.
- Personagens redondos
Já os personagens redondos são mais complexos e multifacetados, com motivações e características mais detalhadas.
Eles têm profundidade emocional, motivações conflitantes e uma gama mais ampla de características que os tornam mais realistas e envolventes para o leitor. Seu nível de complexidade emocional cresce e se revela ao longo da história.
Como é o caso de Severo Snape, em Harry Potter: inicialmente um antagonista, aos poucos revela suas emoções e a complexidade de seus sentimentos em relação ao protagonista. Enquanto leitores, sentimos um misto de emoções em relação a ele.
- Personagens estáticos
Personagens estáticos são aqueles que não passam por mudanças significativas ao longo da história, permanecendo sem grandes alterações. São personagens planos que cumprem um papel menor dentro da história.
Um exemplo de personagem estático é o Sr. Collins, do romance Orgulho e Preconceito, de Jane Austen. Ele permanece fundamentalmente o mesmo ao longo da história, sem passar por nenhuma grande mudança emocional ou desenvolvimento significativo.
- Personagens dinâmicos
Por outro lado, os personagens dinâmicos experimentam desenvolvimento e evolução ao enfrentar desafios e passam por mudanças significativas ao longo da narrativa.
Um exemplo de personagem dinâmico é Katniss Everdeen, da trilogia Jogos Vorazes, de Suzanne Collins. Inicialmente, Katniss é uma jovem protegendo a irmã e tentando sobreviver dentro da arena mortal, porém, ao longo da trilogia, ela se torna uma líder revolucionária.
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Os personagens desempenham um papel vital na construção de uma narrativa envolvente. Mas não há regras na hora de criar seus personagens – este artigo é apenas um guia para te estimular em suas próximas histórias, combinado?
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